9.01.2005

ELE HÁ COISAS ii


A propósito do Saudosismo( apropósito, qual é a distância temporal que o define?) catalisado pelo boneco do Topo gigio (sim, porque foi o boneco...) , ora ái está uma boa discussão para ir acompanhando enquanto passeamos o "A la recherche..." na baixa debaixo do braço.
A ideia não é obviamente passadista atascada do tipo no meu tempo é que era bom. Simplesmente, há que conhecer o passado para projectar o futuro (ora aí está um belo clichè), e é estranho e ao mesmo tempo estimulante perceber que há coisas que passam e outras que persistem, coisas que provocam mudança e outras que simplesmente não passaram de fruta da época (mas atenção, a qualquer altura poderão ser reavaliadas e ganhar nova luz), e ainda que o mundo muda a uma velocidade estonteante. Na música, no cinema, na rate em geral, pex., o acervo disponível tem-se revelado um tesouro inestimável e plataforma de recriação e inspiraçõe. Há casos absolutamentete notáveis de percepção, como pex. as observações e constatações de Eça em relação a Portugal e respectivo ar que se respirava/respira que nos deixam a pensar que mudam-se os tempos, mudam-se as vontades mas que provavelmente a essência das coisas permanece, ou talvez não.
O tal "Saudosismo" tem por base um simples registo factual, do tipo diário de bordo, a benefício de inventário, e a partir daí lançar a especulação sobre os percursos individuais dos intervenientes na feitura desse livro épico em vias de concretização, com, imaginem, a colaboração de todos os bloguistas do CCMM. Grande empresa...
Havia muito para dizer mas não há nem tempo nem espaço por isso fica a certeza (decalcada de "Underground" de Luc Besson):

Saudosismo sucks! (MJC)
Saudosismo doesn't suck...(Psychic)
Monica...!? (Bill C.)

www.suck.com

PS - Bandas sonoras aconselhadas (a lista é infindável...)

4 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Teixeira de Pascoaes foi "vidente" enquanto poeta e defendeu o Saudosismo como estética literária. A questão que se coloca não é parar no tempo mas sim usa-lo para conjugar o futuro - "A invulgar capacidade de visão permite-lhes penetrar nos arcanos do futuro". A ambiguídade e polivalência de espírito permite reabilitar o 'mito' e esse progresso é fundamental para as mentalidades e esse é o grande problema do nosso país no que concerne à cultura. O Eça, já referido, sabia retirar dessa fonte o sumo irónico e utilizou-o como instrumento para a crítica social e para a expansão da sua própria fantasia. Não me esqueço de uma entrevista que li sobre o Cruzeiro Seixas em que lhe perguntavam sobre que parte, do Manifesto de Bretton, recordava ou que o teria marcado (não me lembro exactamente) e ele respondeu que não tinha memória, ou melhor, não tinha memória intelectual para se lembrar daquela página, exactamente, ou daquele excerto, que a informação/vida/experiência se lhe entranhava na carne. Ora, a questão está centrada nisto mesmo; no que se absorve, no que conseguimos triar, para podermos ter aquele poder de crítica sem nos transformarmos em 'velhos dos restelo, ou nos velhos dos marretas', para criarmos a nossa identidade como parte integrante da sociedade. É aquele "compartimento/pasta (para modernizar)" que temos no Lobo esquerdo (não tem qualquer conotação política) do cérebro chamado "informação inútil" que torna a coisa criativa. Podemos sempre criar um novo Orpheu... ;-)

1/9/05 11:59  
Blogger Pedro Soares Lourenço said...

Sobre o assunto devo dizer ainda e para que fique bem claro que


"Na Primavera o amor anda no ar
Na Primavera os bichos andam no ar
Na Primavera o pólen anda no ar
E eu não consigo parar de espirrar

No Verão os dias ficam maiores
No Verão as roupas ficam menores
No Verão o calor bate records
E os corpos libertam seus suores

Eu gosto é do Verão
De passearmos de prancha na mão
Saltarmos e rirmos na praia
De nadar e apanhar um escaldão
E ao fim do dia bem abraçados

A ver o pôr-do-sol
Patrocinado por uma bebida qualquer

No Outono a escola ameaça abrir
No Outono passo a noite a tossir
No Outono à folhas sempre a caír
E a chuva faz os prédios ruir

No Inverno o Natal é baril
No Inverno ando engripado e febril
No Inverno é Verão no Brasil
E na Suécia suicidam-se aos mil

E ao fim do dia bem abraçados
a ver o pôr-do-sol
Patrocinado por uma bebida qualquer
Patrocinado por uma bebida qualquer
Qualquer..........."

Tenho dito

1/9/05 22:54  
Blogger Pedro Soares Lourenço said...

E não é...., que vou ao clube lua, no sábado, a vossa pala...É, pois é. Obrigadinhossss

1/9/05 23:42  
Blogger RP said...

my nada

2/9/05 10:08  

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