8.23.2005

B.I


Common não é "Um homem simples" (filme de David Lynch, sample de voz de DJ Food?), mas pretende representar o homem comum. (Common People, pulp (sci)-fiction via William Shatner). Ou, melhor, uma espécie de homem comum ideal. Informado, esclarecido, activo e com ideias próprias. Políticas, sociais, éticas, filosóficas... nO ÚLTIMO ÁLBUM DE ORIGINAIS ("Be") apresenta-se com simplicidade e boina, sob inspiração maior e retrato de Malcom X (I want to be as free as the spirits of those who left/ I'm talking Malcom, Coltrane, my man Yusefe...) com a preocupação, de, por exemplo, combater o flagelo da SIDA (ver as letras pequeninas na contracapa.org), a política de George Bush (Bush pushin' lies, Killers immortalized, We got arms but won't reach for the skies)

Ouvem-se as canções e percebe-se que a reflexão e as preocupações quotidianas têm como cenário uma cidade (Chicago), com vista para o Mundo. O resto é música excelente, produzida por Kanye West (volta a afirmar-se como um talento prodigioso), e colaboradores de eleição, como tem sido regra em todos os discos anteriores, como John Legend, Bilal ou os Last Poets. Hip-hop atravessado por soul, funk, pop, pianos, cordas, e um espírito de intemporalidade, acessibilidade e inteligência. No fundo, tudo se resume à essência e à dificuldade de simplesmente ser/estar. "Be" ao som de Common... Juntem-se a nós:"Too many rape the culture, Leave rappers with careers and their faith over, It's a war goin' on you can't fake bein' a soldier"