NATAL II
Toda a gente sabe o que é o Natal.
O natal é o que é.
O Natal é o natal.
O natal não é a páscoa.
Normalmente as pessoas associam o natal à páscoa.
A verdade é que há muita gente que não sabe bem o que é a páscoa e pode ser apanhada de surpresa.
Com o natal já não há esse problema.
O natal perde em relação há Páscoa no que a tempo de ferias diz respeito, mas toda a gente sabe que as férias têm os seus dias contados, pelo menos em Portugal.
Convém no entanto esclarecer que o natal não é o Carnaval. Já a Páscoa é uma espécie de Carnaval.
Há quem defenda que o natal também é uma espécie de Carnaval. Nós não.
No natal não há máscaras. Há o pai natal, o menino Jesus, as crianças, as pessoas boas e os pobrezinhos.
Toda a gente sabe quem são e não há forma de nos enganarmos. Há o pai natal, o menino Jesus, as crianças, as pessoas boas, que somos nós e os pobrezinhos, que são os outros.
O natal é de bom tom. Podemos não gostar, o que é de bom tom. Podemos adorar, que também é de bom tom. O natal é consensual, até porque o bacalhau é rei. Em Portugal, isto é sintomático e releva a nossa postura perante o mundo através da sempiterna adoração por tudo o que é estrangeiro.
O pai natal, lapão, o menino Jesus, alegadamente nazareno, da Nazaré portanto, mas não da nossa, o que dá que pensar, pois tendo nós a Nazaré porque motivo teremos importado um nazareno estrangeiro, ainda por cima com os três pastorinhos logo aqui á mão, é verdade que os três pastorinhos já conheceram melhores dias mas nos ainda somos daqueles que preferimos o bairro alto á 24 de Julho e por fim, o bacalhau que é da Noruega, e até o frank capra é americano
E as rabanadas, perguntam vocês? Não são representativas, são lisboetas e nem todos gostam mas ainda assim são um factor distintivo porque não as há na Páscoa nem no Carnaval.
7 Comments:
Então e a filhó? O célebre bolo de farinha e ovos, frito em azeite e polvilhado com açúcar...
O Natal consegue ter outras particularidades mais fantasiosas além das compras de última hora típicamente portuguesas onde o espaço para respirar e de movimento é reduzido...muito reduzido, para não falar na paciência de que não somos dotados. Consigo remeter-me apenas aos sons e ao cheiro dos ambientes, à simplificação da época em si (não religiosa, claro!!)... que para a maioria é oportunista e se tornou COMPLETAMENTE comercial.É bom andar nas ruas com o cheiro das castanhas assadas, pisar folhas humedecidas pela chuva (que escasseia)aproveitar a simpatia hipócrita de algumas pessoas que apenas nessa altura lhes pica o bichinho da "solidariedade";... é essencialmente um pretexto ... para comermos mais :-) até nos explodir o pâncreas; ajudar as tias/avós a fazer os ritos festivos; sentir o cheiro dos livros de outra maneira; balbuciar canções de natal ao estilo Glen Miller em "Singing in the Rain"; fazer embrulhos desastrosos; ... etc. Além das festividades se "encolherem" e saberem todas ao mesmo, o pretexto é sempre diferente mas com o mesmo propósito...reunir o pessoal :-)
Mas ...Oh Rui... ainda está tanto calor, já sonhas com o Natal? It crossed my mind mas não com essa intensidade...
Terão sido curtas as férias RP? Já dissertando sobre o natal...
As férias foram curtas e as próximas serão, apenas, no Natal. Além disso, o Natal é naturalmente cool e permite a fuga ao ar condicionado, ou, se preferirem, a"o pesadelo do ar condicionado". Depois, quando o sol bate no goraz, nas sardinhas e nos legumes, tudo pode acontecer
Por falar em Natal
Com o fim do verão aí, estamos quase quase no Natal – e juro já que escrevi isto antes de ver estas ultimas postas natalícias - , vai dai decidi desde já escrever a carta ao Pai do mesmo. Mas desta vez fiz um pedido especial. Para ser cumprindo já. Escrevi assim
“Querido Pai Natal
O meu sonho este Natal era que o Pai Natal acabasse com a merda do xinfrim-horror que é o spot do Oeiras Parque que passa a toda a hora e momento na minha radio preferida.
Mas como me disseram que Natal era quando um Homem quisesse, eu também queria que o natal fosse já.
Obrigado.”
Ainda não recebi resposta mas também só mandei a carta à pouquinho.
Como diria o senhor dos óculos on acid, primeiro estranha-se mas depois a coisa (Carpenter?) cresce despudorada e desmesuradamente e entra numa espécie de ciclo hipnótico de search and destroi. Já vi filmes de terror piores com menos argumento mas lá está, não se consegue viver sem eles... Há outros spots clássicos do éter, alguns religiosamnete preservados no formol da memória. Em suma, a publicidade não é o que se quer (será o euromilhões) é o que se vai arranjando, é o que se pode arranjar.
Sim, verdade! Mas o pior spot é o do Paga Pouco... que óóódio :-/
Mudando de assunto,... já que abrimos o apetite pelas iguarias natalícias, aproveito para vos deixar um convite: de 1 a 6 de Setembro realizam-se em Palmela (terra do bom vinho) as Festas das Vindimas. Podem pensar que serão festas iguais às outras c/ farturas, churros e pipocas... mas não. No meio da vila, especificamente no Largo de S. João distribuem-se as "barraquinhas" dos melhores produtores de vinho do concelho (para quem é fã de moscatel...this is the place)Moscatel bom-bom... um copinho de chocolate com moscatel roxo lá dentro... vinho branco geladinho com ramos de hortelã a aguçar o palato; viño del Verano - vinho tinto da (PUB) casa Horácio Simões...hummm...e ainda temos a Confraria Gastronómica de Palmela a presentear-nos com as fabulosas calorias das suas receitas secretas; no Domingo, dia 4, à tarde, desce às ruas o Cortejo das Vindimas, o mesmo repete, no último dia (6 Set), às 23h00 seguido de fogo de artifício lançado do imponente Castelo. É a desgraça por 6 dias, como poderão imaginar, kilos a aumentar e cantoria na madrugada a caminho de casa ;-)
P.S: vejam a programação, à excepção das bandas musicais escolhidas (que são sempre maravilhosas :-/) www.cm-palmela.pt
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